Cartas
As cortinas fechadas, a deixar passar apenas uma réstia de sol junto ao chão....a televisão ligada num canal qualquer, sem som...o telefone fora do descanso...o silêncio rasgado por trinados de pássaros no beiral da varanda.Cabelos espalhados ao lado do corpo.O corpo nú.Um braço estendido ao longo do tronco, o outro lançado para fora da cama.No chão uma carta...ela estendeu o braço para a carta...
"...o nosso tempo acabou,fechou-se como se fecham as portas das casas de campo ; reabrir-se-ão depois, quem sabe.Por ora ficam fechadas.A casa ganhará pó, teias de aranha pelas paredes e pelo tecto,cheiro a mofo por falta de ar a correr-lhe por dentro.Mas é assim,acaba-se a época e tranca-se tudo ; não penses mais,vive...faz do acto de inspirar e expirar a tua prioridade e não esperes por mim à janela.Não me procures por entre os vincos dos lençóis ; eu não vou estar lá. Se tiver que regressar, regressarei e não será porque me peças ; antes porque terei entendido que te amo mais do que tudo...e isso bastar-me-á para que nunca mais me afaste.Por agora, vive. sem mim. Aprende a viver sem mim.Depois talvez consigas viver comigo..."
...já não me lembro onde li...nem sequer me lembro há quanto tempo li...
[ ouvindo mp3...Elton John -"Candle in the wind" ]
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