Nostalgia total
Sou um desconhecido para a grande maioria das pessoas...sou conhecido por algumas.No entanto desde que nasci, aprendi muitas coisas...não sou bom desportista...não sou actor, nem nunca participei na casa do Big Brother...nem participaria sequer. Gosto apenas de estar atento....gosto de recordar o passado,embora isso me deixe nostágico e melancólico.Mas gosto e pronto...Fiz uma "pequena viagem pelo passado"...
Quando era pequeno, foi muito afortunado, tinha fraldas de pano presas com alfinetes de dama -claro tinham de ser lavadas para voltar a usar...não haviam cremes, loções, blá, blá, blá, era pózinho de talco e pronto. Brincava nas ruas, aos policias e ladrões, à batatinha frita, à carica (...forradas com cascas de laranja e cromos dos ciclistas...), ao berlinde,(...com abafadores, olhos de boi (saíam nas gasosas)...), ao ferro; não tinha play-station, mas tinha televisão a preto e branco (...com estabilizador de corrente e trabalhava com uma bateria de automóvel "carregada" pelo meu pai no seu "taxe"...) e ouvia os parodiantes de Lisboa (...Patilhas e Ventoinha...), não tinha game boy, mas tinha os livros dos Cinco e os Sete, o Falcão do qual faziam parte o Major Alvega, o Jim Canadá, o Garra de Aço, o Oliver entre outros, podíamos trocá-los numas casinhas que compravam e vendia livros usados (...ainda hoje me perco numa casinha dessas que ainda existe...), tinha cromos montes de cromos e soldadinhos de plástico, carrinhos matchbox.
Para além de ter tido a sorte de ter assistido ao único terramoto (...Graças a Deus...) ao vivo em 1969, à viagem do homem à Lua pela primeira vez (...ainda hoje me lembro que as pessoas diziam...Não pode ser...são os "amaricanos a inventar"), ao 25 de Abril de 1974, ao acidente de Camarate, o incêndio do Chiado (...onde se perderam os Armazéns Grandela...estava na pria em Melides mas vim a Lisboa nessa dia...coincidências...), a queda do muro de Berlim, ao fim do comunismo na Rússia, sou um "rapá cheio de sorte".
Parece que vivo à cem anos, mas só nasci em 1957, mas que raio, isto é que foi uma (re)evolução em quase 40 anos. Os autocarros de primeiro andar, com porta atrás, deram lugar aos laranjas com ar condicionado, os velhos automóveis Fiat 127, Honda 600, Ford Cortina, Datsun e os Carochas ; deram lugar aos Audi A4, Renault Clio, Peugeot 307. Os cinemas desapareceram, o Monumental, o Império, o Alvalade, o Éden e já agora...o Olimpia (...com as suas célebres sessões contínuas de "hardcore"...) para dar lugar aos famosos cinemas de 10 salas (...com a barulheira das pipocas...). A policia deixou de se vestir de cinzento e passou para o azul, os táxis deixaram de ser pretos com capota verde para passarem a ser cremes (...e passaram a poder ser de novo pretos e verdes...coisas de governantes "sábios"...lá irei um dia destes...), desapareceram os anúncios eléctricos do cimo dos prédios para dar lugar aos muppies e outdoors, as revistas eram a Flama e a Plateia, já se vêm tão poucos eléctricos, à bem pouco tempo dava para ir até Carnide ou até ao Campo Grande, apareceram os primeiros centros comerciais, o Imaviz o Apolo 70, O Centro de Alvalade, agora o Colombo o Vasco da Gama o Almada Fórum.
O telefone era preto com marcador furado e com o número a começar em 62.... agora é sem fios e começa por 243... a televisão, o Espaço 1999, o Viking, a Heidi, o Santo, o Zip-Zip, a Cornélia, o 1,2,3... ainda conheci o Ribeirinho, a Laura Alves, a Ivone Silva, o Paulo Renato, o Eugênio Salvador, o Henrique Santana, na música o António Variações, o Carlos Paião, o Zeca Afonso, a Amália, na política o Marcelo Caetano, o Américo Tomás, o General Spinola, o Costa Gomes, o Pinheiro de Azevedo, o Sá Carneiro, o Mota Pinto; no desporto o Jesus Correia, o Eusébio, o Damas, o Yazalde, o Torres o Simões, o Carlos Lopes o Joaquim Agostinho.
E os filmes, “Os canhões de Navarone”, “Música no Coração”, “A Torre do Inferno”, “Tubarão”, “Encontros Imediatos do 3º Grau”.
Quando era pequeno, foi muito afortunado, tinha fraldas de pano presas com alfinetes de dama -claro tinham de ser lavadas para voltar a usar...não haviam cremes, loções, blá, blá, blá, era pózinho de talco e pronto. Brincava nas ruas, aos policias e ladrões, à batatinha frita, à carica (...forradas com cascas de laranja e cromos dos ciclistas...), ao berlinde,(...com abafadores, olhos de boi (saíam nas gasosas)...), ao ferro; não tinha play-station, mas tinha televisão a preto e branco (...com estabilizador de corrente e trabalhava com uma bateria de automóvel "carregada" pelo meu pai no seu "taxe"...) e ouvia os parodiantes de Lisboa (...Patilhas e Ventoinha...), não tinha game boy, mas tinha os livros dos Cinco e os Sete, o Falcão do qual faziam parte o Major Alvega, o Jim Canadá, o Garra de Aço, o Oliver entre outros, podíamos trocá-los numas casinhas que compravam e vendia livros usados (...ainda hoje me perco numa casinha dessas que ainda existe...), tinha cromos montes de cromos e soldadinhos de plástico, carrinhos matchbox.
Para além de ter tido a sorte de ter assistido ao único terramoto (...Graças a Deus...) ao vivo em 1969, à viagem do homem à Lua pela primeira vez (...ainda hoje me lembro que as pessoas diziam...Não pode ser...são os "amaricanos a inventar"), ao 25 de Abril de 1974, ao acidente de Camarate, o incêndio do Chiado (...onde se perderam os Armazéns Grandela...estava na pria em Melides mas vim a Lisboa nessa dia...coincidências...), a queda do muro de Berlim, ao fim do comunismo na Rússia, sou um "rapá cheio de sorte".
Parece que vivo à cem anos, mas só nasci em 1957, mas que raio, isto é que foi uma (re)evolução em quase 40 anos. Os autocarros de primeiro andar, com porta atrás, deram lugar aos laranjas com ar condicionado, os velhos automóveis Fiat 127, Honda 600, Ford Cortina, Datsun e os Carochas ; deram lugar aos Audi A4, Renault Clio, Peugeot 307. Os cinemas desapareceram, o Monumental, o Império, o Alvalade, o Éden e já agora...o Olimpia (...com as suas célebres sessões contínuas de "hardcore"...) para dar lugar aos famosos cinemas de 10 salas (...com a barulheira das pipocas...). A policia deixou de se vestir de cinzento e passou para o azul, os táxis deixaram de ser pretos com capota verde para passarem a ser cremes (...e passaram a poder ser de novo pretos e verdes...coisas de governantes "sábios"...lá irei um dia destes...), desapareceram os anúncios eléctricos do cimo dos prédios para dar lugar aos muppies e outdoors, as revistas eram a Flama e a Plateia, já se vêm tão poucos eléctricos, à bem pouco tempo dava para ir até Carnide ou até ao Campo Grande, apareceram os primeiros centros comerciais, o Imaviz o Apolo 70, O Centro de Alvalade, agora o Colombo o Vasco da Gama o Almada Fórum.
O telefone era preto com marcador furado e com o número a começar em 62.... agora é sem fios e começa por 243... a televisão, o Espaço 1999, o Viking, a Heidi, o Santo, o Zip-Zip, a Cornélia, o 1,2,3... ainda conheci o Ribeirinho, a Laura Alves, a Ivone Silva, o Paulo Renato, o Eugênio Salvador, o Henrique Santana, na música o António Variações, o Carlos Paião, o Zeca Afonso, a Amália, na política o Marcelo Caetano, o Américo Tomás, o General Spinola, o Costa Gomes, o Pinheiro de Azevedo, o Sá Carneiro, o Mota Pinto; no desporto o Jesus Correia, o Eusébio, o Damas, o Yazalde, o Torres o Simões, o Carlos Lopes o Joaquim Agostinho.
E os filmes, “Os canhões de Navarone”, “Música no Coração”, “A Torre do Inferno”, “Tubarão”, “Encontros Imediatos do 3º Grau”.
Lembro do Quarteto 1111,do José Cid,do António Mourão e do António Calvário,dos Sheiks,do Sérgio e Madi...tantos outros.
Lembro-me do Atum Risonho,da Laranjina C,da cerveja Marina e da cerveja Clok,dos sumos Fruto Real,da Farinha 33 e da Farinha Amparo...tanta coisa...tanta coisa...
Vou parar por aqui...vou mesmo.Está a dar-me a tal Nostalgia Melancólica...porra...
[ ouvindo mp3...Bob Dylan - "Blowing in the wind" ]
posted by Octavio "Fogareiro" Serrao at 10:37 da manhã
A música do táxi - Os links
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1 Comments:
…e o “Cavaleiro Andante” ,comprador religiosamente, todas as semanas, pelo Arlindo Vital,com o suporte financeiro garantido do seu tio Álvaro Carlota, e que era lido pelo nosso grupo: o “Corrinhas Vital” , o “Zé Pexelas”, o “Carriça” o “Cabrinha Malhada” o “Marreta” (a minha alcunha), e por outros que se “ajeitavam” à leitura das mil e uma aventuras.
As picarias na “praia da rebera” por altura da Festa do Castelo .
Os brinquedos de “baclite” ,de cor vermelha, que eram um encanto, comprados na “fêra” do S. Miguel .
O Augusto Carlota, rebera abaixo, em plena cheia , rumo ao cais das colunas.
O pé descalço mal começavam os primeiros calores .
As pevides da ti Rosa Camocha.
Os primeiros “tintos” no Zé Mariano a acompanhar as primeiras sandes de “molho”.
Como você costuma escrever : “Apeteceu-me” falar em tudo isto.
Continue com as “suas nostalgias” que muito bem nos fazem.
Um abraço
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